(excerto)
Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. Entre clangores da fanfarra
Passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingénuas ao gosto popular, em cores cruas.
Iam em cima empoleiradas mulheres de má vida,
De peitos enormes - Vénus para caixeiros.
Figuravam deusas, - deusa disto, deusa daquilo, já tontas e seminuas.
A turba, ávida de promiscuidade,
Acotovelava-se com algazarra
Aclamava-as com alarido
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhes flores.
(do poema Sonho de uma terça-feira gorda)
in CARNAVAL (1920)
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
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2 comentários:
Olá, pá!
Vim aqui ter. Bons tempos, os das aulas de Lit. Brasileira,no caixote do Campo Alegre, com o "gato" do A. (nessa altura) ainda. Agora já deve estar...
Bom. Amanhã já são "Cinzas".
C.
Amiga!
É sempre com enorme prazer que passo por este seu belo
espeço. Tenha um bom final de semana. Abraço. António
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