segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Apresentação na Livraria Flâneur, Porto



  Três fotos da apresentação do meu último livro "O Jogo das Comparações", ed. Companhia das Ilhas, no passado sábado, 19 de Novembro. Na mesa: José Manuel Teixeira da Silva, Inês Lourenço, André Domingues.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Eleições americanas 2016

"Oito anos, um preto na Casa Branca e agora uma mulher?" Os USA, por intermédio dos seus eleitores mais xenófobos, misóginos, homofóbicos, matarruanos de poucas letras, que nem sabem onde fica o Iraque nem o Vietnam, onde tantos dos seus morreram, essa gente catapultou para a presidência do país mais influente do mundo, uma simiesca personagem, que mercê dos seus biliões e dos seus dislates subiu ao pódio. Afinal não valeu de nada ao Comité Nobel travestir um cantor de protesto de autor de obra poética assinalável, porque os seus compatriotas se estiveram nas tintas para isso.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Ainda José Rodrigues


  Um desenho do Mestre ilumina a capa do n.º 2 dos Cadernos Hífen, editados em 1988.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

O burkini e as mulheres de Atenas





É de uma grande hipocrisia ou então de profundo desconhecimento histórico, apelar à "liberdade" de mulheres fortemente condicionadas na sua cultura por submissões antiquíssimas e regimes teocráticos. Leva-se a estupidez a ponto de comparar as embiocadas senhoras, quase sempre ao lado de companheiros da mesma nacionalidade livremente vestidos à ocidental, a surfistas, mergulhadores, pessoas com patologias de pele, etc.
Como se diz, já dei mui...tas vezes para este peditório das infames desigualdades de género. Mas irrita-me sempre constatar que o pessoal de ocidente não quer entender o largo fosso entre a liberdade individual e os arcaicos condicionalismos de certas culturas que desaguam entre nós. Já se sabe que houve coisas mais relevantes para as mulheres, como o direito a voto, a entrada nas universidades, o controle da própria fecundidade; mas, os símbolos são importantes, como seja a evolução do vestuário e outras simbologias presentes no nosso quotidiano.
Voltando à canção, também em Atenas, o tal sítio da invenção da democracia, as mulheres não tinham quaisquer direitos políticos, como os escravos e os metecos, e estavam confinadas ao gineceu. Mas isto foi 500 anos AC.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

sexta-feira, 20 de maio de 2016

GEORGE STEINER

(...)
Somos bípedes capazes de sadismo indizível, ferocidade territorial, ganância, vulgaridade e todo o tipo de torpeza. A nossa inclinação para o massacre, para a superstição, para o materialismo e o egotismo carnívoro pouco se alterou durante a breve história da nossa estada na Terra. No entanto, este mamífero desgraçado e pergoso gerou três ocupações, vícios ou jogos de uma dignidade completamente transcendente. São eles a música, a matemática e o pensament...o especulativo (no qual incluo a poesia, cuja melhor definição será música do pensamento). Radiantemente inúteis, por vezes profundamente contra-intuitivas, estas três actividades são exclusivas dos homens e das mulheres e aproximam-se tanto quanto algo se pode aproximar da intuição metafórica de que fomos realmente criados à imagem de Deus.
(...)





in A Ideia de Europa

segunda-feira, 21 de março de 2016

DIA INTERNACIONAL DA POESIA

DIAS INTERNACIONAIS

Hoje comemora-se o Dia da Poesia, que surge todos os anos no equinócio da Primavera. Mas também se celebra o Dia da Floresta, o Dia contra a Discriminação Racial, o Dia da Marioneta e por último, mas não em último o dia do nascimento do grande J. S. Bach (1685).


ARTE POÉTICA II


Poluída e rútila
é a beleza de um verso
cercado o movente sangue
sobre a neve,
lugar sem bússola onde escassos chegam,
sem país, sem linho, sol ou noite.

I.L.



quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Magnólias

Com a chuva e o vento dos últimos dias, desfolhou-se esta e outras flores da magnólia que está à entrada da casa. Ficou apenas na fotografia, como na memória está o poema da Luiza Neto Jorge, com o mesmo nome, palavra que "quando pronunciada / é um exaltado aroma".

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

ESTENDAIS

 

Em alguns Invernos mais chuvosos,
em Miragaia que foi a Madragoa de
Pedro Homem de Mello, o Douro
salta a margem e entra pelos arcos
onde se demora no rés-do-chão
das casas, por duas madrugadas.

Mas são os estendais, à janela
agitados pelo vento nas abertas da chuva,
que nos trazem a urgência e a constância
dos corpos, nas mangas pendentes
de camisas, camisolas ou na roupa

interior, última margem dos íntimos rios,
onde os poliésteres aboliram os felpos, os linhos,
as cambraias. Só a cor branca dos lençóis teima
lá no alto, a abrir velas ao desejo do sol
e à memória de obscuras lavadeiras, que faziam
heróicas barrelas na espuma inocente do sabão.



I.L.
in O SEGUNDO OLHAR, Companhia das Ilhas, 2015

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016