segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Não conseguiram assumir o colapso dos sonhos

(frase ouvida no programa "Câmara Clara", na RTP2, a propósito da América Latina)

Pode aplicar-se a tanta gente!...Mas, se calhar têm direito a viver assim. Só que depois chamam aos outros, ácidos e pessimistas....se não, até de "direita".
Assim vai a confusão das mentes.

14 comentários:

Anónimo disse...

Sucede que, não havendo ideologia que corrija a injustiça e a mediocridade reinante, há sempre pessoas cujo carácter inclui a não aceitação de estados de sítio. Não são muitas, eu sei. São algumas. E essas não baseiam a sua atitude na assunção de sonhos mortos. São pessoas que "sofrem" de sentido de solidariedade e de lucidez, e que têm em si a benesse da revolta. Incómoda e prejudicial para o próprio, também sei. Um risco, em suma, que só uma pequena parte admite correr. A isto chama-se coragem e não aceitação de lobos predadores e suas alcateias.

Logros disse...

Só que os tais corajosos morrem abraçados à viola, como o Victor Jara ou na mata boliviana, como o Che ou na fronteira espanhola como o Delgado. Os lobos e suas alcateias continuam e continuarão a existir, simplesmente porque a maioria dos humanos, "mesmo os tais desfavorecidos", têm a apetência, cada um na sua dimensão, de o ser. O canalizador que leva uma quantia desmesurada por consertar a caleira ou o cirurgião mercenário, se estivessem em posição disso, certamente seriam "lobos" na Finança. Isto para não falar dos falsos "rendimentos mínimos" e subsídios ilegais de tanto "cordeiro".
São trocos, bem sei, mas a atitude desonesta indicia a apetência de "comer" os outros por lorpas.

E quanto aos cachets dos meninos de futebol? Os corajosos também aplaudem? O mundo está torto, indeed...

Os "bons sentimentos" e o "politicamente correcto" enfermam sempre de uma visão dicotómica: os corajosos e honestinhos de um lado e os lobos predadores do outro. Quando, isso está dissociado e não é classificável dentro de categorias simplistas e "de cima", tipo Deus, com visão ubíqua.
As loas do "homem novo", fizeram a sua época...

(para a próxima, se puder, ponha umas iniciaizinhas...dá mais jeito e é mais lógico em paladinos da coragem)

I. L.

Anónimo disse...

Não, não morrem, renovam-se, e estão longe desse extremo que lhe serve de caricatura. São pessoas de vida comum, se vistas a duas dimensões, com esse olhar que reduz tudo a estereótipos, segundo os quais se constrói o que se tem falsamente por pensamento e modo de estar no mundo.

Os lobos predadores aqui são a gente do governo (em nome dos lobos brancos, os da Finança) e a alcateia constituída por híbridos de hiena e de lobo, como julgo que sabe bem.

Mas vejo que foge ao problema, talvez por lhe ser incómodo. Aqui não se falou nem de homem novo nem de homem velho. Falou-se de gente com G maiúsculo que sempre existiu.

Logros disse...

Ui!!!
Gente com "G" maiúsculo? Deve ter a ver Homem com "H" maiúsculo e "Deus" com D maiúsculo?

Não percebeu nada do que escrevi, senão não vinha com essa maiusculação pindérica "e "demagógica.
Até porque estou a ver que a finalidade das suas apologias "moralistas" é culpar o governo dos males da humanidade, o que só demonstra a sua ignorância sobre o que se passa noutros países e noutros continentes.

Leia alguns filósofos e sociólogos. Pode ser que adiante.
Finda aqui a minha pachorra.

Anónimo disse...

Haja Deus! Não percebi? Percebi o que escreveu, claro que percebi. Mal vai a coisa é quando o próprio não percebe o que escreve.

Tadinho do Sócrates, né? Mas se a ele, arrivista, tanto fazia estar no PS como no PSD, era mais D menos D, como é que se pode levar a sério a sua resposta tão mal alinhavada?

E aconselha-me leituras sem aconselhar nada?

Junte-se ao Pitta. Dois cegos sempre conseguem ver menos que apenas um.

Acho que os dois estão mal com o mundo. Não lhes cintilou como imaginavam ir suceder.

Anónimo disse...

Ó Sr. Anónimo,

E se você fosse dar uma volta ao bilhar grande mais os seus chavões de catequista de meia-tijela!?

´Se é "anónimo" não tem o direito, à conta do anonimato, de referir nomes de pessoas que assumem as próprias opiniões sem a sua batota identitária. Ainda por cima, num post que não nomeia ninguèm. Eu só admiro a generosidade do blogue, que além de o/a andar a aturar, não apaga os seus incógnitos "idealismos" bacocos, e as suas insolências.

B.S.

Anónimo disse...

Estou completamente seduzida pela visão do Pita e da Inês amparando-se mutuamente na longa estrada de estrelas a caminho da glorificação do nosso super star!

Valha-me o inefável santo ambrósio mais a imarcescível corte celestial!

Victor Oliveira Mateus disse...

Ah, ganda Bernardo! Desta vez atinaste!!! Eu por acaso tb n gosto
de anónimos... podiamos pedir à
Pilantra, que, pelos vistos tem visões, se fazia o "favor de ver"
quem é o anónimo... :D

Anónimo disse...

A pilantra vidente tem uma bola de cristal comprada em quinta mão, tão fanada, riscada e furada que já nem com o dom sebastião come tudo sem colher atina!

Anónimo é um rótulo como Pilantra, ou Manuela, ou Vitor, ou Inês ou qualquer outro rótulo. Poderemos até dizer que Anónimo é mais banal, Pilantra mais temerário, Manuela mais canónico. Mas que adiantamos? Nada. Tenhamos o rótulo que tenhamos, só o convivio nos poderá revelar um pouco. E é nesse modo de estar que apreciamos muito, pouco ou nada cada presença.

A igualdade é boa no básico dos direitos, sem dúvida. É até, para mim, um dever inquestionável.
Mas o prodigioso do mundo é a sua diversidade. Aí a dialéctica... é inesgotável!
Aproveitemos a maiêutica do velho sábio grego, o único Sócrates segundo Platão, e continuemos o diálogo, desde que educado.

E já agora, felicitemos Aristóteles que teve a sorte de ser mais novo e de haver tido por ele todos os que o precederam!

Victor Oliveira Mateus disse...

Excelente reflexão sobre as relações humanas, a diversidade, a relação convívio/desvelamento do Outro, as fronteiras a ter, e que, por vezes, passamos, etc. Gostei
muito! E o que me atrai neste blogue é o justo-meio que sempre se
vai conseguindo entre tudo isso
nos mais assíduos. É coisa rara em blogues! Claro que às vezes há excessos, mas o essencial creio que se vai mantendo e isto apesar
de tantas e tantas diferenças...
No que me diz respeito tenho grande admiração por alguns destes
assíduos! Em relação aos "rótulos",
confesso que tenho alguma dificuldade em entender os anónimos, aliás no meu blogue não
lhes permito a entrada. A I. é muito condescendente! É que mesmo
um "nick" me parece uma ponte para
um elo (muitos dos nicks no meu blogue com o tempo aquiriram rosto), mas um "anónimo" para mim
é, como diria Sartre, "un trou dans
l'être"... Espero que me percebam, pois acho que não me estou a explicar bem...

Anónimo disse...

Não me considero uma «anónima». A Inês conhece-me bem, muitos me conhecem o suficiente, outros não.
Os meus blogues, testemunham-me.

É conveniente pensarmos que esse anónimo aí em baixo, na identificação do comentário, o que significa de facto é «anónimo na Google» - ou seja, que não tem conta (endereço) registada na Google.
Como a empresa Google não pode discriminar os utentes de outras empresas similares, usa esse pequeno estratagema para apanhar mais endereços - um dos grandes negócios da net.
Por exemplo, eu sou da Weblog. Se não existir aqui abertura aos anónimos, não poderei comentar neste blogue. Necessitarei de abrir uma conta Google - e para entrar na conversa convosco lá vou eu registar-me na Google!

Quando se fecha a entrada aos anónimos, a alternativa anterior (nome/url) também desaparece - o que prova que a minha identificação «não é identificação válida» para a Google. Ora como eu pago o acesso à netcabo e os meus blogues também são pagos, estou mais identificada que o comum dos utentes da Google. Que será então?! Um endereçozinho na Google, evidentemente - esse o grande negócio!

Na rede não há anónimos, todos nós estamos identificados ou somos identificáveis. Se houver mais do que um computador em casa, eles até sabem, se quiserem, qual o computador que estamos a usar.
Se assim não fosse, nenhum criminoso seria apanhado na net - e como sabe, já foram vários.
A empresa a que estamos ligados por contrato, os tribunais e a polícia sabem sempre como encontrar-nos - assim o queiram! rsrsrs
Por tudo isto não me incomodo com os «anónimos». Apenas não tolero «modos desabridos». E até à data não me tenho dado mal com o sistema.

rff disse...

O sonho comanda a vida...

Victor Oliveira Mateus disse...

Pilantra, não percebeu o que eu estava a tentar dizer. Vou tentar
dizê-lo melhor:

1) não me parece que "pilantra" seja o mesmo que "anónimo", ou "Inês" ou "Victor". Na minha simples forma de ver o primeiro e os dois últimos são nomes, enquanto que o segundo - e numa terminologia mais abstracta - para mim é um "não-nome" (isto dava já para uma grande dissertação), ora se nomear é, de certo modo, estabelecer um elo, uma forma de proximidade e, em caso extremo, possuir, como o poderei fazer com
aquilo que não-é. Poder-me-á responder que o mesmo caso se passa
com "Pilantra", mas isso seria algo
falacioso por: a) grande parte dos nicks são conhecidos dos donos dos blogues; b) o termo "pilantra" remete a mensagem para algo de preciso e existente... ora anónimo
é isso mesmo: um não-ente e já não quero associar as implicações ético-antropológicas a que o "anonimato" está associado...
2) desconhecia todos
esses "truques" que envolvem empresas concorrentes, mas então,
nesses casos,o "anónimo" assinará em baixo, logo, há uma quebra do
anonimato... pois um nick assíduo
em breve será um nome (já que falou
de Sócrates e Aristóteles, a questão da adequação dos nomes às coisas e seres era uma grande preocupação dos antigos, assim como o foi na Idade Média e nas décadas recentes)... e eu, que até
"creio" em entidades apreendidas por outras capacidades que não o imediatismo sensorial, entendo o anónimo como o "duplo daquilo que
é, para, na sua inautenticidade, poder afirmar o que o sujeito não tem coração de o fazer". Conclusão:
um anónimo (eliminamos os q assinam por baixo) é, para mim, ontologicamente um não-existente
e eticamente é uma aparência que
teme a responsabilidade. Ora esta conclusão não pode ser aplicada a:"Pilantra", "Inês", "Victor".
Embora eu concorde que dp é pela dialéctica e por um "estar dialógico" que o nome (ou nick) irá tirando os seus véus.-- mas, é como lhe digo, isto é apenas o que
eu penso, ou seja, só "tem valor"
para mim...

Victor Oliveira Mateus disse...

Já agora, e para amenizar esta nossa conversa, chamo a atenção para um acto falhado meu (de falsa escrita), no comentário anterior
em vez de escrever "coragem" escrevi "coração"...
Bom fim de semana para todos.