domingo, 6 de setembro de 2009

Soneto para uma Dama-de-Latão

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Nem sábia, nem formosa, nem segura
Enche o pote de apetites a estadista,
Esta dama trasladada de usura
De farisaicos trejeitos de sacristas.

Nem Luís Vaz, nem Antero, nem Pessoa,
Sena ou Sophia alguma vez pensaram
Que uma Velha-do-Restelo seja a boa
Sucessão dos tempos que passaram.

Nem de ouros, nem de copas, nem valetes
Chegam ao Ás que quer e que promete
Na sua torva e lassa confusão.

Tanta lata para tão pouco dom:
O de compor falhados balancetes,
Ó oxidada Dama-de-Latão.

(enviado por autor anónimo)

1 comentário:

jose albergaria disse...

Apetece fazer como fazemos nos concertos da Bartoli:
-Bravó! Bravó! Bravó!
Como eu gostei deste seu soneto!
Vou já, com a sua autorização e a minha muito grande admiração, postar esta dama no meio da minha rua.
Abraço grande,
J.A.