Colhida no "mainstreet"
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Prefiro as rosas, meu amor, à pátria,
E antes magnólias amo
Que a glória e a virtude.
Logo que a vida me não canse, deixo
Que a vida por mim passe
Logo que eu fique o mesmo.
Que importa àquele a quem já nada importa
Que um perca e outro vença,
Se a aurora raia sempre,
Se cada ano com a Primavera
As folhas aparecem
E com o Outono cessam?
E o resto, as outras coisas que os humanos
Acrescentam à vida
Que me aumentam na alma?
Nada, salvo o desejo de indif'rença
E a confiança mole
Na hora fugitiva.
Ricardo Reis (Odes)
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1 comentário:
Isto, sim, é o essencial que, só os grandes poetas, sabem dizer e fazer-nos sentir.
Vou surripiá-lo para a minha rua.
Abraço.
J.A.
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