terça-feira, 23 de junho de 2009

QUADRA SANJOANINA


A roda do nosso abraço
Tem um sentido profundo;
Quanto mais se aperta o laço
Tanto mais se alarga o mundo.

(autor desconhecido)

5 comentários:

jose albergaria disse...

Minha boa amiga.
Espero que se divirta muito no S. João.
Eu, pela década de sessenta, do século passado, fui muito feliz no Porto.
Tinhamos umas geografias muito engraçadas, para a época, mas acabávamos sempre em S. Lázaro, com a rapaziada de belas-artes.
Abraço grande,
J.A.

logros disse...

Pois é verdade. Uma outra vibração existia no S. João nesses tempos. E isto não são nostalgias serôdias. É que antes de 74, nunca o povo tomava conta da rua sem ser no S. João do Porto. Inclusivé todas as classes sociais desciam à rua e dfançavam nos bailaricos por onde se passava. As fogueiras, os alhos-pôrros, os "arrolados", as rusgas", enfim....
Também os costumes sociais eram rígidos. As raparigas "sérias" tinham que sair com alguém "de confiança" e de voltar para casa à meia-noite quais Cinderelas.

Aliás os temas das quadras populares sanjoaninas, muitas vezes versavam, frequentemente em resolução brejeira os lamentos de "perdida" na "roda do baile", "seduzida e abandonada" no dia seguinte, ou o lançar do balão que se transforma no "balão" de nove meses, ou ainda o saltar da fogueira "queimando-se", etc, etc.

Muda a "paisagem social" mudam as quadeas.
Em Junho de 74, lembro-me desta quadra que aludia ao fim da guerra colonial e da ditadura:

Milagre de S. João
Diz o povo à boca cheia;
Virou em bombo o canhão
E o poleiro em colmeia.

Ou ainda esta:

No S. João, a caminho
O martelinho amigou-se;
Já ninguém o vê sózinho
Anda agora preso à fouce.

:)))))

Abraço.
I.

samartaime disse...

Pois olhem que eu, no meu primeiro Stº António - a que os meus pais resolveram ir com um grupo de amigos & filhos e que me obrigaram a ir com eles - passados 5 minutos de estar em Alfama «perdi-me» e só às 5 da manhã apareci em casa!... Tinha 17 anos e fui a única do grupo «que me perdi dos papás»! rsrsrs Claro que não demorei nem 5 minutos a encontrar a minha malta . Em compensação, fui a única (do grupo parental) que vi numa sociedade recriativa um parceiro do Marcel Marceau, que vi e ouvi o Marceneiro, Hermínia, e mais uma porção deles e delas que já não me lembro! Mas foi uma noite de estrondo! rsrsrsrs
Eu tinha vindo no ano anterior de Moçambique e não consegui ir ao Stº António. O Stº António em Alfama era uma espécie de mito, para mim. De modo que - para grandes males... grandes remédios! rsrsrs E fiz bem, que passados meses voltei para Moçambique e só regressei cerca de 3 anos depois.

logros disse...

Nélinha,

Mas por essa altura, ainda havia pais que dariam severa reprimenda ou sabe-se lá a que exames médicos levariam a donzela.

Em grande percentagem o chefe de família normal, do bom povo, responsabilizaria a cara-metade: "Aí tens, a bela educação que lhe deste!" ;)))))

Bj.

I.

samartaime disse...

Por acaso o meu pai era bem contraditório, para o tempo! rsrsrs
Achava mal que eu não seguisse os «pareceres» da minha mãe, mas tinha uma certa vaidade na minha rebeldia. Queria que eu estudasse e ficasse com um curso, de preferência uma farmácia (lol), mas achava mais importante que eu viajasse - e sempre me levou nas viagens mais extraordinárias que fez, ainda que isso me fizesse chumbar! E a ele devo a música, os livros, o mar, etc..
Era «um pai» muito raro, na época.