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Acordo para o cansaço da manhã
com o cheiro das primeiras vozes
e os motores acesos da casa que principia.
De novo. Sempre principia. Setas
que segregam luz doente, esfarelam
por dentro de quem não queria
acordar nunca, esquecido na rasura
dos lençóis, o empurrão da voraz claridade
Cada próspera cidade tem no seu meio
uma cidade de subnutrição, crianças mortas,
desalojados, desemprego. E em cada cidade
das mais podres há, num aro de metralhadoras,
uma cidade de tecnologia, rara
costura, sobre finança e medo.
(...)
(estrofes iniciais do poema VALVULINA, que abre o livro ALTA NOITE EM ALTA FRAGA)
Relógio D'Água Editores, Lisboa, 2001)
Nota : Um dos maiores poetas portugueses actuais, nascido igualmente a 13 de Junho.
sábado, 13 de junho de 2009
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