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Não só quem nos odeia ou nos inveja
Nos limita e oprime; quem nos ama
Não menos nos limita.
Que os deuses me concedam que, despido
De afectos, tenha a fria liberdade
Dos píncaros sem nada.
Quem quer pouco, tem tudo; quem quer nada
É livre; quem não tem, e não deseja,
Homem, é igual aos deuses.
Ricardo Reis
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5 comentários:
Como se percebe, tão bem, a presença "aristocrática" (no sentido que os gregos lhe atribuiem) do mestre!
Só o mestre pode alcançar este píncaros do poetar, na essência e na prosódia, na filosofia e na metáfora, no fluir do discurso e no deixar-nos boquiabertos - defronte da beleza única do poema.
Obrigado pela partilha.
Abraço,
J.A.
Obrigado amigo J. A.
Este heterónimo é aquele que sempre apetece reler, perante certas calúnias, inconsciências,malevolências e hppocrisias. Ainda mais perante a imbecilidade de certa classe de "vates" (ou aspirantes a isso) que sofre de inchaço egotista ou sindroma de falta de palco.
Este "clássico" e neo-pagão Reis é junto com Caeiro , segundo palavras do próprio Pessoa, criado, no "drama-em-gente" para "curar o Álvaro de Campos".
Por isso lê-lo é uma autêntica terapia.
Ainda por cima, Pessoa fez nascer Reis, no Porto...
Hei-de voltar a este "drama-em-gente" e ao seu autor, que ao contrário do que pensa muita gente é filho de antepassados ilustres, como o meu amigo.
Abraço
I.
Está bem, amigos!
Mas eu, daí, quero só ser livre!
Mas, Nélimha, este tipo de liberdade "divina" vem do não-desejar. É uma espécie de "nirvana", inatingível, mas que me fascina imenso.
Agora vou ao "Abracadabra".
Beijoca.
I.
Ó Inês!...
até parece que não sabe que eu sou mesmo uma deusa!!!!!
Beijinhos!
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