domingo, 17 de maio de 2009

"CA(R)AS"/ CAMAS ?

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Hoje, tive de ir a um desses sítios onde se oferece para leitura, aos clientes, a chamada imprensa cor-de-rosa.
Passaram-me para as mãos uma tal coisa chamada "Caras", edição recente, que exibia na capa a foto de um jogador de futebol conhecido, com a nubente ao lado, uma modelo tuga, em vestido branco e adiantado estado de gravidez, de segundo noticiavam, um segundo filho do casal.
Para do evidente mau-gosto pseudo-libertário, da capa, entreabri a colorida publicação. Noventa por cento dos títulos e notícias ilustradas, versavam: "novos e novas namoradas, rumores de divórcios, casamentos, separações". Umas "CA(R)AS que deviam trocar o "R" pelo "M".

Voltando à gravidez alva da nubente, lembrei-me de um êxito musical da Brodway, da Barbara Streitsand, emtrando em cena vestida de noiva, com um grande barrigão e cantando:
"Sou o mais vivo retrato da sua louca paixão", a que se seguiam estrepitosas gargalhadas da assistência.

Por que será que, grande parte das vezes, a liberdade e o dinheiro servem para estas merdas?

9 comentários:

pilantra disse...

Já exibiram as lecas, agora é a vez das cuecas. Daqui para a frente, hic est merda!

jose albergaria disse...

Hoje, a minha caríssima scorpius está na fase "negra", zangada com o mundo.
Na pergunta final, fatal, do seu poste, o "só" é que desiquilibra a arquitectura do raciocínio.
A liberdade serve para isso e, também, para você se questionar, em alta voz, que, estas revistas, são dinheiro deitado à rua e uma "merda"!
Mas a liberdade, como tão bem sabe, serve para outras tantas coisas!
Não se deve, acho, misturar liberdade com mau gosto, mau senso e outras coisas acabadas em caca.
A gente que faz estas coisas saiu direitinha daquela fonte imorredoura de genialidade, que era o Américo Tomaz. Lembra-se do mariheiro?...
Um dia,um pombo, cagou-lhe na cabeça. Apalpando o aquoso excremento e levando a mão ao nariz, comentou com os circunstantes:- Porra!, lá tive um derrame cerebral.
Abraço grande,
JA

Logros disse...

Ai, amigo J. A.,, leu apressado demais. Está lá "grande parte das vezes" e não "sempre" ou "todas as vezes". Isto porque eu abomino o autoritarismo e o monolitismo, logo, acho que os merdosos também têm direito a expressão e escolhas.Só que, todos os dias constato que a "merdosidade" campeia por todos os lados, disfarçada de "glamour", "arte", "literatura", "amor", etc, etc.

Retribuo o abraço, e votos de "fases brancas" (sem nubente ao lado :))) para o "colega" scorpius.

I.

Logros disse...

Nélinha,

Só me apetece citar António Aleixo:

"A rica tem ouro fino,
A pobre tem ouro grosso.
A rica teve um menino,
A pobre pariu um moço."

Abraço

I.

pilantra disse...

lol
Ainda estou a rir com o brilharete do almirante «cabeça de abóbora».

José Albergaria: o seu comentário é uma preciosidade de humor!

pilantra disse...

Fiquei a rir tanto com o comentário do JA que nem dei pela Inês!


Beijos

Victor Oliveira Mateus disse...

Boa noite! Pelos vistos cheguei atrasado ao debate. Se vocês soubessem o que eu sei!!! É que
a T. estava mesmo nesse
sector na I...... Se vcs dizem mal
do q vem nessas revistas, poupem-se, nunca tentem imaginar o que lá não vem...

jose albergaria disse...

Minha boa e cara amiga,tem você toda a razão. Mas, nós, os scorpius, temos desculpa...
As mais das vezes, corremos à frente das narrativas e dos pensamentos.
Abraço grande,
J.A.

Logros disse...

Victor,

Não percebi nada desses mistérios.
E acho óptimo que o "que lá não vem", assim permaneça. Só é pena haver espaço gráfico, editorial e comercial, para o que lá vem...

Ab.
I.


J. A.

Tem razão, amigo. Já fiz uma série de "novembrinos" no meu outro blogue "Vida Involuntária". Eu própria fiquei surpreendida com a gente que pesquisei e me apareceu, desde Nietzsche ao Camus, ao Barthes, ao Dostoievsky,etc, tudo gente que muito me fala.
Até descobri que um dos meus filmes de culto, "O Leopardo", tem lá no cast 3 importantes Escorpiões: Visconti, o realizador, Burt Lancaster, o príncipe de Salinas e Alain Delon, o jovem, belo e pragmático Tancredo, que casa com a espectacular Angélica,(Claudia Cardinali), filha do merceeiro endinheirado da Terra. É um filme político, embora não pareça. E também de uma grande profundidade de análise das contradições humanas.É que as personagens ditas "políticas" tout court, são-nos servidas, muitas vezes "planas": os heróis impolutos de um lado e os monstros facínoras do outro.

Agora vou visitar a sua avenida...

Ab.
I.