segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Progenitor e/ou pai?

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Progenitor e pai nem sempre coincidem.

Legar o material genético, não significa, nem nunca significou, na prática social, cuidar, proteger, alimentar, educar.
Quando será que as leis portuguesas se actualizam, humanizam, "des-hipocritam"?

houve "actualização" para safar os vips da Casa Pia?

9 comentários:

Anónimo disse...

por acaso, há um caso muito recente em portugal em que se usou desavergonhadamente este argumento (muito lógico, parir é dor criar é amor) para se conseguir roubar uma filha a um pai durante anos, aos olhos da lei, em conluio com a lei
só porque o tal pai afectivo só queria "cuidar, proteger, alimentar, educar" está muito bem "inserido" socialmente (é GNR)

calha bem, roubar-se assim aos olhos da lei e com gente pretensa erudita a aplaudir por detrás
como diz o povo "coitado de quem precisa"
ainda bem que estou bem protegido

repugna-me ver gente a opinar do alto da sua superioridade moral
gostava de os ver a querer fazer tudo "pela lei" e a perceber que só os lobbys de opinião funcionam
shame on you!

Victor Oliveira Mateus disse...

Óps, agora é que eu não percebo nada! Mas o post não é abstracto e universal e o comentário é que particulariza e especifica? Mas como é que do primeiro decorre NECESSARIAMENTE o segundo? Já não percebo nada!!! Eu quando li o post
até me lembrei da minha velha ama (Cacilda, de seu nome...e fazia cá uns pastéis de bacalhau!) que, tendo duas filhas
de parto/dor, acabou com a única filha que não era filha de parto/dor... a Fernanda. A Fernanda
até me ensinou as contas de multiplicar por dois... Como o post
me pareceu universal eu vi nele este caso:
a minha velha ama, as suas filhas/filhas que nunca foram filhas e a não-filha que afinal se manteve sempre a seu lado até ela morrer. Estava eu a pensar nisto e agora leio algo sobre um GNR... Já não percebo nada! A Fernanda ainda
hoje chama mãe à minha velha ama e
quando se refere à mãe-de-parto-dor
diz:"aquela mulher". Eu sei que ao tirar do post o meu exemplo particular cometi um erro formal,
mas ao nível material é verdadeiro.
Posso apresentar-vos Sra. Dna. F.P. de C. que ainda hoje diz que só teve uma mãe... a que a não pariu.

Anónimo disse...

Saiba ler, concordo com o que diz:

«Progenitor e pai nem sempre coincidem.

Legar o material genético, não significa, nem nunca significou, na prática social, cuidar, proteger, alimentar, educar.»

Quanto a:

«Quando será que as leis portuguesas se actualizam, humanizam, "des-hipocritam"?

Só houve "actualização" para safar os vips da Casa Pia?»

Dei um (o) exemplo muito actual da realidade portuguesa em que a leitura da fórmula "Progenitor e pai nem sempre coincidem." foi utilizada por autoridades (que deveriam servir para nos proteger) que fecharam os olhos a ordens ATEMPADAS da lei, para roubar uma filha a um pai.

O post, como muito bem percebeu, está a mostrar a imensa indignação desta gente que estava a gostar de ver as autoridades a incumprir no que um tribunal (por quem devemos estar protegidos) decretou há anos.

A lei, referindo-se ao caso, não está desactualizada, reparem (se quiserem reparar) que o pai requereu a custódia da filha em tempo "útil" e a lei deu-lhe razão - se os agentes da autoridade não se tivessem considerado acima da lei, nunca teria havido tempo suficiente para a menina ter memória da família que a fez andar de casa em casa para fugir às notificaçãoes do tribunal.

Por isso digo, haja vergonha antes de deixar mensagens subliminares sobre a justiça.

A esta altura, não só o casal, mas a escola, o centro de saúde, as autoridades que falharam em entregar notoficações (reparem, o GNR trabalhava, toda a gente sabia onde estavam o casal e a criança - é por estas autoridades que se desejam ver protegidos?) e em identificar uma criança em situação de ilegalidade deveriam ser chamadas à justiça - foi aí que o sistema falhou - deveriam ser todos processados!

Deus me livre de ser julgado pelas pessoas que declaram que a criança pertence àquele casal.

Deus me livre dessa praça pública.

(quanto à D. Cacilda, história bonita como muitas, mas se servia para fazer comparações e comprovações, não muito obrigada)

Victor Oliveira Mateus disse...

Peço-lhe imensa desculpa... realmente tenho alguns problemas
com a leitura: passei só 37 anos da minha vida em torno de tudo isso- leituras, comentários, interpretações, análises, etc...

Voltando ao mesmo - e considerando as minhas enormes falhas - eu continuo a pensar que a expressão :
"quando é que AS (isto é, TODAS)
leis.." é uma universal. E dela podem sair o GNR, a Dna Cacilda e até o "Diabo a Sete".. agora que
NECESSARIAMENTE saia um deles, eu não vejo, não! Quando muito o
FINAL DO ARGUMENTO aponta para uma certa particularização: ou será que só... Mas mesmo aí é uma interrogação com carácter hipotético e não percebo como é que dessa expressão sai um GNR ou a Dna. Cacilda. Quanto ao que refere, e parece muito bem informado/a, nada sei (há muito que deixei de ler jornais e ver televisão!)... A minha intervenção
era sobre o post-em-si... Continuo
a pensar que dele não sai um caso
concreto (pois a questão do subliminar já não tem a ver com o
post, mas com a subjectividade do leitor), mas o mais certo é eu não
estar, como referiu (caso concreto!!!), a saber "ler bem"...
Enfim, as minhas lacunas!

(P.S. a propósito de subliminar e de lacunas, lembrei-me agora do velho Bachelard: as OPINIÕES
são, muitas vezes, um OBSTÁCULO EPISTEMOLÓGICO para encontrar CERTEZAS...Interessante, não é? )

Anónimo disse...

Não carece de desculpas nem de evocar antiguidade. Lamento, porém, que o argumento antiguidade seja demolido pelo facto de não se manter em contacto com a imprensa. Não receie a imprensa e o que ela pode fazer ao seu juízo, basta saber utilizar em quantidades q.b. e com o filtro que entenda necessário.
Percebo agora onde se deu "o salto" impossibilitando-o de alcançar a interpretação fácil e legítima que fiz ao post.

A minha intervenção TAMBÉM é sobre o post-em-si... Percebo que continue
a pensar que dele não sai um caso
concreto, no entanto, a questão do subliminar não tem necessariamente a ver com a subjectividade, e o senhor saberá/compreenderá muito bem isso (piscar de olhos cúmplice).
Lacunas também eu as tenho, pois claro, mas não gosto de desler nem de me fazer desentendido de entrelinhas (repare, não o estou a acusar de o fazer, não desejo sinceramente que se sinta aqui nenhum ataque a qualquer comentador enquanto indivíduo).

(interessante o seu parêntesis, quer que desenvolva?)

Cumprimentos.

Victor Oliveira Mateus disse...

À guisa de conclusão: eu não disse
que não me mantinha em contacto com a imprensa... eu disse que não lia jornais nem via televisão. Não tenho a culpa de preferir o rádio e determinadas revistas semanais ou
quinzenais, por conseguinte a minha
capacidade de ajuízar e olhar o real ainda anda bem, penso eu. Relativamente à "antiguidade" (eu
teria preferido outro termo, mas tudo bem!), não é que eu seja um ancião, mas - como disse alguém -
comecei "no berço". Para concluir:
a minha intervenção foi mesmo sobre
a relação post/comentário, o caso concreto de que falou não me interessa absolutamente nada... Ainda se fosse para, a partir dela,
se trocarem informações sobre o
que a etologia, a antropologia cultural e a psicologia do desenvolvimento dizem sobre o tema, até aí eu ía, mas este não é o espaço... agora ESTE assunto de quem é "o pai da filha" (que se me desculpe o gracejo!) não me interessa mesmo. Enfim, gostos!

Os meus cumprimentos (também)

P.S. se quiser desenvolver a questão epistemológica em Bachelard
também não tenho nada contra (sou
a favor da liberdade de opinião!),
mas avanço já que discordo d'algumas das posições dele... aquela "psicanálise dele" foi feita
um pouco "a martelo"...Bem, fico-me por aqui!
Tenha um bom 2009!

Logros disse...

Viva Victor!

É sempre um gosto lê-lo.
Nem tinha dado fé destas pouco salomónicas sentenças que para aqui andam...
A propósito da sua alusão à Antropologia Cultural, lembrei-me do Levy-Struss e do seu binómio natureza/cultura. Creio que ele dizia que quanto mais cultura menos natureza e vice-versa.
Muito obrogada.

Quanto ao sr. ou sr.ª anónima, que veio falar em "vergonha", "antiguidade", "falsos eruditos" e aduziu farisaicos fadinhos biológicos, acho que traçou o seu auto-retrato, apesar de vendado.
Logo, não tenho qualquer interesse em albergar os seus palpites, pelo que eliminarei futuros comentários.

I.L.

Anónimo disse...

E se eu assinar por baixo com as minhas iniciais, já serve? Não tenho blogue, não tenho site, não lhe vou deixar o meu número de telefone. Vai apagar comentários de pessoas sem link e apenas com iniciais?
Acaso fui rude ou agressivo nesta sua caixa de comentários? Necessitamos de utilizar adjectivos em determinados contextos e foi o que fiz, apresentei o meu ponto de vista e um seu visitante discordou e por aqui fiquei à conversa. Tive o cuidado de ressalvar que não trazia intenções de atacar ou melindrar ninguém.
Passe bem.

José Moreira

Anónimo disse...

Desculpe, Victor, não me darei ao trabalho de lhe responder pois os meus comentários serão apagados.
Espero que receba esta mensagem.
Cumprimentos.