segunda-feira, 23 de maio de 2011

Quem ganhou o debate

Os debates na televisão, entre candidatos às eleições legislativas, não parecem ser suficientemente elucidativos para averiguar as qualidades e os defeitos dos programas apresentados por cada partido.
Já disse, noutro post, que estas eleições, na conjuntura nacional e europeia que atravessamos eram absolutamente dispensáveis. Qualquer eleição traz consigo a encenação, a dramatização, o enfrentamento dos rivais, em resumo, todos os ingredientes do género dramático recenseado pelos teóricos da literatura.
Os presumíveis votantes assistem à "peleja" como espectadores de um desafio de futebol: o meu líder marcou golo, ou não? Chutou para canto ou não? A simples pergunta da microcéfala imprensa no final, bastamente glosada pelos comentadores e essa nova casta de papagaios chamados politólogos, sentenciando qual dos dois venceu ou saiu derrotado, é uma negação do préstimo destes debates.
Sabemos que o programa que nos foi imposto pela Troika em troca de um auxílio que vamos pagar em juros pouco meigos, é, em si, um programa de restrições e cerceamento de meios. Logo, havia de ser daí que os Partidos deveriam começar, pondo as cartas na mesa e desmascarando-se aí aqueles que querem ser mais troikistas que a Troika (vox hieronymus), seguindo uma agenda de Direita claramente ultra-liberal (PSD/CDS-PP), e os que ainda procuram escapar à voragem da penúria, remendando o Estado Social que se prevê cada vez mais magro (PS).
Das retóricas à esquerda do PS não falo, pois já riveram o seu tempo e a sua grande razão, pois as classes de que falam, se miscigenizaram e não é preciso ir depor as arrecadas no prego, para acudir a uma doença. Neste momento, sem uma revolução de mentalidades e de sistemas económicos que vá dos USA ao Japão, e do Pólo Norte ao Pólo Sul, são completamente inadequadas e até nocivas. Causa dó ver a freima com que se atiram ao PS, mortinhos por se verem cavalgados pela direita, a exemplo da nossa vizinha Espanha.

1 comentário:

pilantra disse...

Não penso que as eleições sejam dispensáveis. Mas que estes debates e campanhas não esclarecem coisa alguma, é verdade.

As «campanhas» só me lembram a gritaria bárbara das corridas de cavalos - ou de galgos, se preferir. E no fim tanto faz quem se abate. Mas este parágrafo já é romântico: apaga (a paga).