segunda-feira, 30 de maio de 2011

Sócrates, o Português

A escassa diferença nas diversas sondagens, entre o PSD e o PS, só têm uma explicação: Sócrates. Alguém de boa fé acredita que com troikas, FMIs e austeridades à perna, o partido do Governo que está atravessando tais vissicitudes, se pudesse manter ainda a disputar o primeiro lugar no pódium, com uma figura menos carismática na liderança?
Nota-se uma profunda hostilidade pessoal, ao actual PM, da parte dos seus opositores. É uma rematada aldrabice e menoridade mental fazê-lo responsável pela crise do subprime, pela especulação e agiotagem das agências de rating, ou pelas atitudes patetas dos partidos à sua esquerda, que mesmo com o bolso vazio, insistiram no aumento da despesa, na defesa das corporações, na subida do salário mínimo.
Também não percebo como um partido, que clama "verdade e transparência", tem BPNs e um tal senhor Jardim entre os seus apaniguados, sempre na chucha do "contenente", com offshores, prejuízos imensos no Jornal da Madeira e outras burlescas atitudes de autoritarismo rasca. Onde é que está a transparência tão reclamada por Pachecos, Leites e Rangéis?
Sócrates, nestes seis anos, a que maldosamente lhe foram retirados dois, mudou Portugal. Tornou o País mais europeu, mais civilizado e mais respeitado internacionalmente. Foi incansável a chefiar grupos de empresários de continente em continente. E, sobretudo, livrou-nos do estigma civilizacional de país atrasado e padrecal que transportávamos sem remédio. A discriminalização do aborto e a lei da IVG, eliminando a chaga do aborto clandestino, fá-lo credor do reconhecimento de todas as mulheres portuguesas conscientes. Igualmente, as leis que visam a dignidade humana LGBT, inserem-se no mesmo pensamento e atitude deste estadista.
Foi Sócrates que instituiu os debates quinzenais na AR, dando oportunidade à cacofonia das oposições, que não tiveram qualquer pudor quando o Governo estava em minoria, de se unirem em votações vergonhosas, sem qualquer orientação ideológica e apenas por manigâncias partidárias.
A modernização do parque escolar, a rentabilização dos recursos do SNS, o enorme investimento na área científica de que o excelente ministro Mariano Gago é um exemplo, mais investimento nas energias renováveis, são outras faces do grande esforço reformista deste governo. O PM é, sem dúvida, um dirigente político europeu, enérgico, eficaz e que não tem, no panorama nacional, comparação possível. Por isso, as malevolências, os ódios, os ataques sistemáricos de carácter.
Pobre Portugal, que além das troikas, estás em risco de cair nas mãos de uma direita pindérica, manhosa, uma espécie de Frankenstein de conveniências. Será que a velha AD, agora serôdia e sem aplicação aos tempos presentes, vai ressuscitar?
Quanto a Sócrates, mesmo que perca, não tenho a menor dúvida de que as excepcionais qualidades políticas de que é dotado, o guardarão para mais altos voos.

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