domingo, 28 de setembro de 2008

Newman, forever...

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sábado, 27 de setembro de 2008

O "marxismo azul" ?

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Estamos perplexos com esta inversão de "credos":
O próprio Bush - corifeu personificador do primado do Mercado sobre o Estado - a querer estatizar a "catástrofe!":)))))))))))))

sábado, 20 de setembro de 2008

Instantâneos de samartaime



Jovem desconhecido disfarçado de freira, saindo da Igreja de Saint-Jacques de Pau (França), cidade a pouca distância de Lourdes.
(cortesaia do blogue "Magazine")



terça-feira, 16 de setembro de 2008

Comentário

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Herberto Helder "libertou-nos" do esplendpr da galáxia Pessoa, com outra espécie de esplendor, de diferente torrencialidade. Mas, a que é preciso fugir para não nos aniquilarmos na "máquina lírica".No livro de ensaios Os Dois Crepúsculos de Joaquim Manuel Magalhães, A Regra do Jogo, 1981, um célebre texto intitulado "Carta a Herberto Helder", que aborda essa necessária distância. Aliás, nos fins dos anos 90 é que verdadeiramente a poesia portuguesa (alguma) sai de certos encantamentos e vénias órficas para a "experiência" europeia. E foi JMM, que com o seu mal entendido "voltar ao real", foi presciente, quase idos que eram surrealismos e experimentalismos.

Também o estatuto e função da crítica literária sofreu modificações. O crítico judicativo não existe. Critique et Verité de Barthes, livrinho que tem barbas, explicava bem isso. O crítico será mais, actualmente um leitor especializado, um escritor com a pena suspensa.

E quanto aos leitores de poesia, são realmente poucos. A poesia não é "democrática" (exceptuando redondilhas populares, rimances tradicionais de transmissão oral). Essas eram generosas e ingénuas ilusões, que tínhamos antes do 25 de Abril. muita gente o constatou. Exige o domínio de certo número de códigos, para ser entendida convenientemente.É como a Música, que exige Educação Musical desde puto.Democrático é o futebol, "A Verdade da Mentira", "Eu, Carolina" ou uns livrinhos delambidos a falar de paixão e quecas à beira da piscina.

(comemtário enviado a um blogue que publicou um post a propósito de Herberto Helder)





domingo, 14 de setembro de 2008

"NOVÍSSIMOS" ?

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Dois pequeno excertos de um artigo de Luís Miguel Queirós, acerca de novos autores de poesia, publicado no suplemento Ípsilon do jornal Público de sexta-feira, última.

(...)
Serve isto também para dizer que a lista de "novíssimos" que vamos propor, deveria, em boa verdade, destinar-se a quem leu o que importa dos novos, dos de meia-idade e dos mais velhos. Até porque não outro meio de aferir se estes não serão apenas "novíssimos" em idade.

(...)
Muitos padecem como seria de esperar, de fragilidades de construção formal (...)
Mas boa parte destes poetas tem coisas a dizer e di-las com uma energia que prende o leitor, o que é bastante mais do que se pode afirmar de um número considerável de maçadores em verso com livros publicados.
(...)

sábado, 13 de setembro de 2008

Nine eleven


ARCANO




As altíssimas torres
foram trespassadas por pássaros
alucinados. Um deus ofendido
pelos povos terem inventado
os dicionários, para fugir
ao castigo de Babel,
fez explodir essas formas
de arranhar o céu, sacrificando
milhares de vítimas. Algumas lançaram-se
das alturas, na fuga às chamas
para a enganosa respiração
da manhã. Consta que deus,
disfarçado de mortal
se escondeu nas montanhas.





I. L.
(A Enganosa Respiração da Manhã, Asa Ed., 2003)

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Mais um número da revista "Telhados de Vidro", o 10.º, da editora "Averno"


(poema de José Miguel Silva, incluído em Volta ao Mundo, conjunto de 3 poemas, publicado nesta edição)


Mas que resta para ver ou comentar
nesta feira pecuária, perguntas
recordando como tudo já foi dito
vinte vezes por cabeça, e repetir
repetições é engodar ritualmente
a esperança. Mas o próprio silêncio
é uma pose, e bem pouco original.
De resto, quem da poesia colhe
o benefício dum lamento ou esconjuro,
tem direito à inestética dum "foda-se!"
sonoro quando a sanha do martelo
lhe desaba em pleno dedo. Que querias?
Que calasse o prejuízo na cordura
dum estar arranjadinho, decoroso?
(Ou pior: que adubasse num sim-sim
de pechisbeque o subarbusto da penúria?)
Que diabo, mas será que só os ricos
é que podem vestir mal?

J. M. S.
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Telhados de Vidro n.º 10 - Maio, 2008
Direcção: Inês Dias e Manuel de Freitas