terça-feira, 24 de setembro de 2013

Para um Amigo Tenho Sempre

Para um amigo tenho sempre um relógio

esquecido em qualquer fundo de algibeira.

Mas esse relógio não marca o tempo inútil.

São restos de tabaco e de ternura rápida.

É um arco-íris de sombra, quente e trémulo.

É um copo de vinho com o meu sangue e o sol.

António Ramos Rosa

in "Viagem Através de uma Nebulosa"

1 comentário:

Lucília Monteiro disse...

Para um verdadeiro e declarado amigo eu tenho e terei sempre a simplicidade da minha doce amizade.