quinta-feira, 11 de abril de 2013

ANA HATHERLY


A verdadeira mão que o poeta estende
não tem dedos:
é um gesto que se perde
no próprio acto de dar-se


... O poeta desaparece
na verdade da sua ausência
dissolve-se no biombo da escrita


O poema é
a única
a verdadeira mão que o poeta estende


E quando o poema é bom
não te aperta a mão:
aperta-te a garganta


- ANA HATHERLY -

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