Por sugestão de um blogue amigo, que a refere num comentário, aqui deixo uma breve evocação da poeta e feminista francesa do século XVI, Louise Labé.
É chegado o tempo, Mademoiselle, em que as leis inflexíveis dos homens não mais impedirão as mulheres de se devotarem às ciências e disciplinas; parece-me que aquelas que forem capazes, irão empregar esta honrada liberdade, a qual nosso sexo outrora tanto desejava, em estudar estas coisas e mostrar aos homens o mal que causaram em nos privar do benefício e da honra que daí poderiam nos advir. E se alguém chega ao estágio no qual seja capaz de pôr suas idéias no papel, deveria fazê-lo com muito intelecto e não deveria desprezar a glória, mas adornar-se com ela antes do que com correntes, anéis e roupas suntuosas, as quais não podemos considerar realmente como nossas exceto pelo costume. Mas a honra que o conhecimento nos trará, não nos pode ser tomado – nem pela astúcia de um ladrão, nem pela violência de inimigos, nem pela duração do tempo.
- Parágrafo de uma carta enviada por Louise Labé a uma amiga, Mademoiselle Clemence de Bourges, em Lyon, a 24 de Julho de 1555, onde a "Bela Cordoeira" (como era conhecida) defende alguns de seus pontos de vista. (versão Wikipédia brasileira)
3 comentários:
As conversas servem para rememorarmos e trazermos para a "ribalta" quem merece.
Obrigado.
Abraço,
JA
Bem a divulguei no abracadabra, mas acho que ninguem deu por isso!
Excelente texto. A propósito a balada de Viana da Motta que estava a ser interpretada quando entrei é belíssima !
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