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«Custa a acreditar, mas Paulo Rangel, eurodeputado e membro do inner circle de Manuela Ferreira Leite, numa atitude que só pode ser entendida como de desautorização de Marques Mendes, afirmou, citando Maquiavel, que não podemos confundir ética com política. Não é extraordinário? Tudo isto se passou ontem numa das sessões da Universidade de Verão do PSD, onde, na véspera, o antigo líder do partido voltara a insistir na necessidade de separar as águas (a propósito da surpreendente inclusão de arguidos nas listas do partido). Por muito que os costumes da tribo o desmintam, Rangel não pode torcer os valores, afirmando que ética e política são dissociáveis. Um desabafo no Snob, às 4 da manhã, percebe-se. Numa prédica institucional em vésperas de eleições, é alarmante. Claro que Rangel não é obrigado a ler Maquiavel. Eu, por exemplo, nunca li Kurt Gödel. Mas também não o cito.Estas guerras do Alecrim e Manjerona são reveladoras da desorientação do PSD. Pretender que a política se reduz à arte de manipular (como, em certa medida, sucedeu no século XVI), dá bem a medida da renovação do maior partido da oposição.»
colhido no blogue "Da Literatura".
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3 comentários:
Eu se tivesse pachorra, se soubesse quando o adiposo Rangel fazia anos enviava-lhe um livro que caiu em desuso, mas que eu gosto de gostar e de gastar, citando-o: O anti-Maquiavel. Cujo autor, um principe prussiano, maçon, iluminista, Frederico, que foi II e o Grande.
Aprende-se muito em livros que poucos se dão ao trabalho de ler.
Depois...depois lêem o Principe do tal Maquiavel, como se ele o tivesse escrito hoje, para os nossos dias.
Errado.
Já o seu post, certeiro, como sempre e como a frechada de Gulherme Tell.
J.A.
Amigo JA,
Só agora vi o seu comentário.
Erudito e luminoso como semore.
Mas olhe que o post foi colhido no "Da Literatura", menos o título, que é meu. Achei que o E. P. dizia o essencial sobre tal deformidade e ignorância tola do valido da chefa.
Abraço
I.
Maquiavélica*
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