quinta-feira, 12 de junho de 2008
AMÁVEIS (DE AMAR)
D. Fuas o gato de Jorge de Sena e
Coral o gato de Sophia ou
a gata Maravilhas de
João Miguel Fernandes Jorge e os
de tantos outros como Baudelaire ou Eliot,
amáveis (de amar) mas ferozmente
independentes, olham-nos
dos poemas com aquelas luzentes e atentas
contas de vidro (podia aqui comparar com ágatas
ou opalas, mas não quero entrar
no joalheiro).
Eles são talvez os mais puros
aristocratas entre os animais de companhia.
Tratam do próprio pêlo com minuciosos cuidados,
mesmo que não tenham casa certa e
até na extrema míngua conservam
uma distante prudência e unhas afiadas
de quem não se vende facilmente.
E é tanta a sua generosa fidalguia
que nunca desprezam a mão assídua
que lhes afaga o dorso e partilha
o sedentário desprezo do mundo,
mesmo doente velha ou caída em desgraça
I. L.
in A Disfunção Lírica, ed. & etc, Lisboa, 2007
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3 comentários:
Creio que a Tobias seria muito bem recebido por todos esses companheiros felinos de poetas.
Que felinos são também os poetas.
Beijo, Inês
Obrigada Ângela.
Também gosto dos cães, mas estes são muito dependentes e algo ruidosos, embora, claro tenha a ver com a raça, o lugar onde se vive e a educação que se dá.Tive um rafeiro lindo, inteligente e meigo.
Abraço
I.
chére amie,
ici Paris...gostei do seu " duelo " com o victor de sousa, e vim passear um pouco pela sua casa.
Vi este post sobre os gatos dos poetas, dos escritores, a Hélia Correia, grande amiga, também adora esse felinos.
Em Paris os gatos vivem em casa dos patroes, e às vezes é ao contrario...
Também gosto do filme O Leopardo, adoro Visconti.
Li os seus posts, fiquei impressionada com o do menino handicapé.
Vou continuar a aprender coisas e depois vejo que a minha amiga ângela està por aqui.
Saudades do POrto, muitas, imensas.
Um abraço de Paris, com frio e sol.
LM
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