Se já não te puderes virar na cama
porque maleitas e ossos te impedem. Sequase inerte és apenas um escoadouro de soros. Se jazes
entre fezes e urina ou sequer sem forças para as expelir. Se tudo
te custa desde respirar e já só um torpor injectável
te torna indistintos os dias e as noites com imagens cada vez
mais enubladas em vozes e ruídos descarnados, exige
que respeitem a casa do teu ser, corpo
onde habitaste o teu tempo de vida. Deixem-no
fechar as portas e janelas serenamente
sem um dédalo de fios e tubos a enredá-lo
na sua merecida caminhada para um limpo nada.