quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
segunda-feira, 11 de janeiro de 2016
ESTENDAIS
Em alguns Invernos mais chuvosos,
em Miragaia que foi a Madragoa dePedro Homem de Mello, o Douro
salta a margem e entra pelos arcos
onde se demora no rés-do-chão
das casas, por duas madrugadas.
Mas são os estendais, à janela
agitados pelo vento nas abertas da chuva,que nos trazem a urgência e a constância
dos corpos, nas mangas pendentes
de camisas, camisolas ou na roupa
interior, última margem dos íntimos rios,
onde os poliésteres aboliram os felpos, os linhos,as cambraias. Só a cor branca dos lençóis teima
lá no alto, a abrir velas ao desejo do sol
e à memória de obscuras lavadeiras, que faziam
heróicas barrelas na espuma inocente do sabão.
I.L.
in O SEGUNDO OLHAR, Companhia das Ilhas, 2015
sexta-feira, 8 de janeiro de 2016
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