quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Prenda musical aos visitantes
Orquestra do Norte
Direcção Maestro José Ferreira Lobo
Sofia Lourenço, piano
Ravel- G Major Piano Concerto- 1. Mouvement
Ravel- G Major Piano Concerto- 2. Mouvement
Ravel G Major Piano Concerto- 3. Mouvement
Direcção Maestro José Ferreira Lobo
Sofia Lourenço, piano
Ravel- G Major Piano Concerto- 1. Mouvement
Ravel- G Major Piano Concerto- 2. Mouvement
Ravel G Major Piano Concerto- 3. Mouvement
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Solstíco de Inverno
A palavra solstício vem do latim sol (Sol), e sistere (que não se move).
O solstício de inverno ocorre quando o sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador. Embora sua data não seja a mesma em todos os anos, pode-se dizer que ocorre normalmente por volta do dia 22 de dezembro no hemisfério norte/21 de junho no hemisfério sul.
Esse momento não é fixo no calendário gregoriano em função do ano tropical da terra não ser um múltiplo exacto de dias.
Esta data tinha grande importância para diversas culturas antigas que geralmente realizavam celebrações e festivais ligados às suas religiões.
No calendário chinês, o solstício de Inverno chama-se dong zhi (chegada do Inverno) e é considerado uma data de importância extrema, visto ser aí festejada a passagem de ano.
Os povos da Europa pré-cristã, chamados pelos católicos de pagãos, tinham grande ligação com esta data.
Segundo alguns, monumentos como Stonehenge eram construídos de forma a estarem orientados para o por do sol do solstício de inverno e nascer do do sol no solstício de verão.
Entre os romanos os festivais eram muito populares. O período marcava a Saturnália, em homenagem ao deus Saturno. O deus persa Mitra, também cultuado por muitos romanos, teria nascido durante o solstício. Divindades ligadas ao Sol em geral eram celebradas no solstício também.
Com a introdução do cristianismo no Império Romano houve, por parte da Igreja Católica, uma tentativa de cristianizar os festivais "pagãos". Há indícios de que a data de 25 de dezembro foi escolhida para representar o nascimento de Cristo já no século IV. Há evidência bíblica de que Jesus não teria nascido durante o inverno, pois, no momento do nascimento, pastores estavam cuidando de seus rebanhos nas vigílias da noite, e o período do solstício, visto como o renascimento do Sol, carrega forte representatividade. Além disso, conseguiu aproveitar a popularidade das festividades da época.
Hoje esta data é revivida na celebração do Sabbat Neopagão Yule. Que revive algumas antigas tradições religiosas dos povos europeus pré-cristãos.
(Fonte: Wikipédia)
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
Secretas transparências?
O que será a evidência da verdade? Estaremos de volta aos "universais" do tempo grego ou renascimental? Às univocidades? Se "evidências" são muito difíceis de concatenar, a famigerada verdade, que já o tal governador da Judeia perguntava ao doce rabi o que era, é de uma infantilidade atroz e de um pensamento básico ter a pretensão de a atingir. Mesmo no plano jurídico se sabe que a "verdade processual" é algo diferente do tal absoluto verdadeiro...
Outra coisa que é irritante no planeta wikileakense e em certos discursos políticos demagógicos, é a noção de transparência. Essas "transparências" são frequentemente um logro. Por alguma razão o pensamento humano é inviolável e secreto; o que estamos a pensar no momento, ou em todos os momentos, é inacessível a toda a gente.
Há, portanto, uma séria ambiguidade entre o que deverá ser da ordem do confidencial ou do domínio público. Ainda não se sabe onde todos estes movimentos em rede vão aportar; porque, se por um lado é muito louvável contribuir para o conhecimento de genocídios e outras atrocidades, por outro, não é de todo equitativo demonizar o poder norte-americano sem possibilidades de entrar nos nefastos horrores de outras super-potências e multiculturalismos medievais que pululam no mundo. Para já não falar naqueles pormenores de imprensa cor-de-rosa sobre as festas selvagens de Berlusconis e enfermeiras loiraças de outros "imperadores" terceiro-mundistas.
Vamos esperar para ver, mas, entretanto, não nos imponham pseudo-moralismos e crenças "ingénuas".
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Regresso
Num café da Via Monginevro
O rapaz do café olha-me com alguma desconfiança,
mas mesmo assim fala-me, é afável. Talvez seja
do país esta necessidade de estar próximo, de irradiar
um sólido encurtar das distâncias neste tempo de implosões
organizadas. O rapaz do café traz os pedidos como
equilibrista de lugarejo: a bandeja, de uma bacidez
acinzentada, bascoleja copos, latas... e a mim também,
que de equilíbrio me sofro tão incapaz de um eu a recusar-me
unidade e acerto. Certo dia alegrou-se mais: que era
lá debaixo, da Ligúria. Nascera em Sestri Levanti. Se eu conhecia,
e olhou-me a ameaçar escárnio: que sim (acalmei-o),
mas só de passagem, aliás, é de passagem que tudo conheço.
Conclusão que ele entendeu, pois logo me olhou livros e papéis.
O rapaz do café tem algo de metafísico (acabei por decidir),
pois quando fala depressa não o entendo, e quando se explica
pausadamente não o entendo também. Certo dia apanhou-me
alguns versos que me haviam caído da mesa e então perguntou-me
se eu fazia poesia. Que não!, respondi-lhe peremptório,
é ela que me faz a mim; é ela que me não larga, sempre
a recusar-me razão, conformidade. O rapaz do café deixou,
por fim, seu antigo olhar. Agora tem um outro, bem mais
enigmático - coisa de fascínio com hostilidade à mistura.
in Regresso, de Victor de Oliveira Mateus, Ed. Labirinto, 2010
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novas edições/poemas
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
O homem inacabado
Anedota japonesa
Peixes mecânicos nadam,
raros, no aquário em Osaka.
Seu terno de vidro quebrou
no armário de espanto.
Um corvo com bico de aço
volta a furar seu cérebro.
As vísceras de Mishima
pulam debaixo da cama.
Nenhum cão na imensa Tóquio
ganirá por sua solidão.
Desajeito
O home inacabado
não tem posição
que lhe traga conforto
na cama.
Luta a noite toda
com o colchão
sem que seu corpo
torto possa encontrar
abrigo.
O pensamento
do homem inacabado
gira em falso
como as rodas de um carro
encravado na lama.
in O homem inacabado, de Donizete Galvão, Portal Editora, São Paulo, 2010
Peixes mecânicos nadam,
raros, no aquário em Osaka.
Seu terno de vidro quebrou
no armário de espanto.
Um corvo com bico de aço
volta a furar seu cérebro.
As vísceras de Mishima
pulam debaixo da cama.
Nenhum cão na imensa Tóquio
ganirá por sua solidão.
Desajeito
O home inacabado
não tem posição
que lhe traga conforto
na cama.
Luta a noite toda
com o colchão
sem que seu corpo
torto possa encontrar
abrigo.
O pensamento
do homem inacabado
gira em falso
como as rodas de um carro
encravado na lama.
in O homem inacabado, de Donizete Galvão, Portal Editora, São Paulo, 2010
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Sofia Lourenço
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Desígnio
DESÍGNIO
Tudo tão natural. A árvore morta
já não abriga pássaros nos ramos.
- Ildásio Tavares
Mesmo com pássaros ao desabrigo
as árvores ainda cumprem
um desígnio vertical. O tronco cingido
de líquenes e ervas tardias
é a promessa do crepitar
da fogueira oculta que move
o ofício dos poetas
mesmo que a boca se fecha, a lenha
das palavras habita o poema
ardendo contra o tempo.
Novembro 2010, Inês Lourenço
in Diversos Afins
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