terça-feira, 13 de março de 2012
Marilyn Moore
LOVER COME BACK TO ME
Na cama do hotel, em Tulsa, limitava-se
a trautear a canção em que prometera
dar o seu melhor, num esboço de epitáfio.
Percebia agora que há temas
que cantamos melhor deitados,
longe de qualquer palco.
Bebeu um copo de Woodford,
para trazer um pouco mais de sombra à voz.
Não podia adivinhar, em Tulsa, que
a volúpia em breve se tornaria uma súplica,
o género de coisas que só dizemos a ninguém.
Manuel de Freitas, Marilyn Moore,Lisboa, Assírio e Alvim, 2011.
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