segunda-feira, 2 de setembro de 2013

SETEMBRO




SETEMBRO

 

Aonde estará aquela doce nostalgia de Setembro? Aquelas despedidas de Verão, divididas entre o desgosto e lassidão da partida e a ansiedade do porvir? Onde estão as melodiosas canções dos prelúdios outonais?

Com metade do país a arder por incúria do poder ou grunhice e miséria cívica do povo, com as músicas apimbalhadas da época ou o fartote de percussão, berros e passas dos festivais para os juves…, com os anciãos arrastando-se sozinhos, com as famílias, coitadinhas, ausentes. Com cães e gatos deixados à caridade dos vizinhos ou de algum veículo de passagem que lhes dê melhor sorte, cresça depressa Setembro, mesmo com a ameaça de mais uma farsa autárquica, para votarmos em quem não conhecemos e que vai seguir interesses de poderes mesquinhos.

1 comentário:

Petrus Monte Real disse...

Certeiras palavras.
Já não basta a praga dos incêndios. Uma desgraça nunca vem só ...
Seria bom que as chuvas de Setembro servissem para lavar
tão negra imagem do país!
Mas, pelos vistos, nem a água quer nada connosco!
Muito grato