SETEMBRO
Aonde estará aquela doce nostalgia de Setembro? Aquelas
despedidas de Verão, divididas entre o desgosto e lassidão da partida e a
ansiedade do porvir? Onde estão as melodiosas canções dos prelúdios outonais?
Com metade do país a arder por incúria do poder ou grunhice
e miséria cívica do povo, com as músicas apimbalhadas da época ou o fartote de
percussão, berros e passas dos festivais para os juves…, com os anciãos
arrastando-se sozinhos, com as famílias, coitadinhas, ausentes. Com cães e
gatos deixados à caridade dos vizinhos ou de algum veículo de passagem que lhes
dê melhor sorte, cresça depressa Setembro, mesmo com a ameaça de mais uma farsa
autárquica, para votarmos em quem não conhecemos e que vai seguir interesses de
poderes mesquinhos.
1 comentário:
Certeiras palavras.
Já não basta a praga dos incêndios. Uma desgraça nunca vem só ...
Seria bom que as chuvas de Setembro servissem para lavar
tão negra imagem do país!
Mas, pelos vistos, nem a água quer nada connosco!
Muito grato
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