quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ditaduras laicas ou teocracias?

Entre umas e outras, venha o Diabo e escolha. Até nem sei se as segundas, as teocracias, não serão mais difíceis de suportar. Isto porque, nas ditaduras laicas, ainda se pode clamar contra a infracção dos Direitos Humanos ou supressão da liberdade de expressão ou outros direitos cívicos, próprios da sociedade civil. Porém, nas teocracias, defrontamo-nos com leis divinas, que estão desde sempre regulamentadas e que nenhum tribunal internacional dos direitos humanos pode contestar ou julgar.
Anda para aí muita gente entusiasmadíssima com as revoltas islâmicas, mas não se esqueçam que 40 por cento dos egípcios vive com menos de dois euros e meio por dia, o que deixa campo de manobra e evangelização para os irmãos muçulmanos lavarem o cérebro aos rapazinhos (sempre os rapazes) nas escolas corânicas, em troco de alimentação e agasalho.
Portanto, é de recear que, apesar da vertente sunita em maioria no Egipto, este país se transforme numa espécie de novo Irão, onde a seguir à queda do Xá, também se clamou por revolução e queda de corruptos. Lá vão aparecer as chárias e as fatwas e todo o cortejo dantesco de valores e leis arcaicas, apesar das internets e dos facebooks, muito fáceis de interceptar.
Quem poderá acreditar em valores democráticos, vindos de juventude educada em escolas corânicas? As elites, educadas no Ocidente, nada vão poder contra muitos milhões islamizados.
Finalizo lamentando que tão poucos comentadores se refiram à miserável situação das mulheres nestas culturas. Esta revolta não parece de bom augúrio para as cidadãs islâmicas. Se Alá quisesse que andassem toda a vida de cara tapada, certamente teria criado embriões femininos com burka.

3 comentários:

pilantra disse...

Gostei dessa ideia dos embriões burkados: que de metros de tecido se pouparia em benefício do PIB!

O USS Enterprise voltou para o Nediterrâneo: será para recolher as burkas made in China de transparência berlusconi que não respeitam os cânones? Eu voto na recolha do imperador, que dizem ir para a Alemanha.
Esta europa não tem jeito e os américas é sabido que de qualquer cavadela lhes saltam mil minhocas.

Que as deusas nos protejam - que os deuses nunca mais saltam do poleiro: nesta ditadura ninguém fala. Deviamos arranjar uma praça e ir para lá atirar batatas podres. Que as boas era um desperdício.

Beijinhos,m

Logros disse...

Ainda bem gostou, amiga. Mas, mal por mal, não desejo a nenhuma das minhas amizades femininas que reencarne num país islâmico. Mesmo com todos os seus defeitos e alguns horrores bélicos e ditaduras, o nosso Iluminismo, Feminismo e, até por que não dizê-lo, a raiz judaico-cristã que preza o valor irrepetível de cada indivíduo, ao contrário do Islamismo, vão-nos tornando a existência muito mais aceitável.
Beijinhos, Inês

Logros disse...

PS: E o princípio fundamental disto tudo é a eterna questão que o tão horrível Ocidente já pratica: o laicismo, ou seja, a desejável separação da Igreja e do Estado.