Uma das respostas ao célebre dito de Hölderlin, poderá também estar neste conhecido poema do português António Ramos Rosa, nascido a 17 de Outubro de 1924.
Não posso adiar o amor
para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque
na garganta
ainda que o ódio estale
e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese
séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore,
não posso adiar para
outro século a minha
vida
nem o meu amor
nem o meu grito de
libertação
Não posso adiar o coração
In “Viagem Através de Uma Nebulosa”
“Signos” – Lisboa Editora.
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3 comentários:
Sim!... Não se pode adiar o amor... é tudo tão breve!
Beijo!
AL
É caso para dizer «Bons tempos!»
O poema fala em "grito de libertação", logo pode ler-se este Amor enquanto Amor da Liberdade, coisinha que é intemporal...
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