quinta-feira, 25 de agosto de 2011
TELHADOS DE VIDRO/15 - junho 2011
Castelo de Almourol
Outro perdido castelo – diria o adolescente
que fosse deixando para trás,
noutros e mais tristes lugares do Ribatejo.
Tenta não o ouvir, esta tarde.
O sol talvez doesse um pouco,
a morte continuava a espreitar-nos
de fresta em fresta, em cada muralha.
Mas havia um sorriso parado, entre piteiras,
foi bom voltar a comer fataça
e não existe nenhuma prova evidente
de que o barqueiro se chamasse Caronte.
Deu-nos, por meia hora, uma ilha
do nosso tamanho, a certeza do regresso
e aquela pedra solitária, a brilhar no rio.
Não parecia domingo, não houve deserto;
era uma tarde apenas, a encontrar-nos juntos.
Manuel de Freitas
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