as bolas de Berlim
das antigas pastelarias de bairro
no regresso a pé das aulas, saboreadas
ao balcão sem lavar as mãos. Nesse
tempo não havia meninos obesos.
Não sei se era de termos lombrigas
ou de andarmos a pé ou
jogarmos ao mata no recreio ou
porque ser criança ainda era
um estado de obediência a tudo
que medisse mais que nós, fosse
irmão mais velho, catequista ou
tio analfabeto.
Hoje visita-nos uma bola de Berlim chamada
ângela,
que nos traz o amargor da sujeição e da
obediência. Somos de novo crianças
colonizadas pelos grandes ou
seja os mais crescidos em estratégia usurária
em território, em haveres do sub-solo. O servo
que a nossa indigência mental
erigiu em primeiro-ministro mostra os canhões prussianos
à poderosa bola de Berlim
que olha com ares imperialistas
a nossa costa atlântica.
Só te perdoo Alemanha
por seres o país de
Goethe, Beethoven, Nietzsche, Rilke e de tantos
outros génios
que certamente desprezariam esta tua chanceler.
Sem comentários:
Enviar um comentário